04 setembro 2006

 

O peregrino

Há quem viva andando pra frente. Outros, somente olham para trás. Qualquer que seja sua maneira de andar, em algum lugar você vai chegar. Tal qual o peregrino da nossa história.


Ah, estou cansado! Muito cansado.
Ouça como estou cansado.
Mas continuo caminhando. Por falar em caminhar, você conhece a história do peregrino?
Acho que não, porque ela acaba de ser criada neste momento.
Ouça-a com a atenção que você jamais dedicou há alguém antes...

Era uma vez um peregrino. Ele andava, andava, andava. Adorava passear por aí. Nem sempre ele tinha um destino certo. Muitas vezes só queria chegar a algum lugar. Onde pudesse beber água ou se fartar com uma deliciosa refeição de frutas secas, tâmaras e uvas.

Um dia ele percebeu que por onde ele passava ele deixava um rastro. Suas pegadas ficavam no caminho. As marcas do que se foi. O seu passado. Tudo ficava para trás. Pensando sobre isso ele teve uma grande idéia. Ele achou que poderia voltar pelo mesmo caminho, simplesmente seguindo suas próprias marcas. Isso seria incrível! Que grande descoberta!

Dessa forma ele poderia ir e voltar, de forma segura. Sempre encontrando água e alimentos. Sem mais aquela preocupação de não saber onde chegar.

Convencido da sua genialidade, imediatamente ele colocou seu plano em ação. E foi voltando, voltando, voltando... Andando através do caminho mais seguro, de cabeça baixa, olhos fixos na estrada. Ele só não percebia que na verdade, andava para trás.

Percebeu o quanto fora estúpido quando viu que as marcas se apagavam. Sim, a cada passo elas ficavam mais fracas. O vento e outros agentes haviam de alguma forma interferido em seu destino. O vento... E outros agentes... Haviam de alguma forma interferido no seu destino.

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