30 setembro 2006

 

A corrida (Parte I)

Correr, correr, correr... Ou... Viver, viver, viver... Ou... Enfim, veja essa história e sinta suas próprias conclusões à medida que ouvir seus próprios pensamentos...




O menino começou a correr pontualmente as cinco horas da tarde.
Era uma corrida contra o tempo.
Ele sabia que apenas alguns minutos poderiam fazer uma enorme diferença em sua vida.

“Mas que injustiça”, ele pensava consigo mesmo, “porque me destes tão pouco tempo?”.
No fundo de sua alma ele reclamava.
Mas corria sem parar.

24 horas por dia, 365 dias por ano.
Nada era tão justo e distribuído de forma tão igualitária como o tempo.
Só que agora, ele precisava correr, sem parar, sem pensar.
Para atingir seu objetivo e alcançar no tempo exato aquilo que programara para si.

Os obstáculos não paravam de atordoá-lo.
Seus pulmões gritavam por oxigênio.
Seus músculos ardiam de substâncias químicas que intoxicavam o seu organismo.

E ele corria.
Corria contra o tempo.
Corria contra o vento.
Corria contra o cansaço.

Somente a esperança de chegar parecia animá-lo.

De repente, uma pequena distração, um simples nanosegundo, uma sinapse gerada a na velocidade da luz, fez com que o imperceptível atravessasse seu caminho, e ele tropeçou.

Seu corpo ralou no chão de terra batida. Galhos da vegetação ribeirinha arranharam seus braços. Um gosto de sangue penetrou em sua boca. Mal seu corpo se ajustava ao movimento defensivo da queda e um instinto mais profundo provocava a reação de fazê-lo se levantar. “Reaja!” “Levanta!” “Você não pode parar!” “Não!”
E como numa coreografia exaustivamente ensaiada, ele ergueu-se e voltou a correr, sem parar. Até o final.

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